Os golfinhos ou delfins são animais cetáceos pertencentes à família Delphinidae. São perfeitamente adaptados para viver no ambiente aquático, sendo que existem 37 espécies conhecidas de golfinhos dentre os de água salgada e água doce. A espécie mais comum é a Delphinus delphis.
São nadadores privilegiados, às vezes, saltam até cinco metros acima da água, podem nadar a uma velocidade de até 40 km/h e mergulhar a grandes profundidades. Sua alimentação consiste basicamente de peixes e lulas. Podem viver de 25 a 30 anos e dão à luz um filhote de cada vez. Vivem em grupos, são animais sociáveis, tanto entre eles, como com outros animais e humanos.
Sua excelente inteligência é motivo de muitos estudos por parte dos cientistas. Em cativeiro é possível treiná-los para executarem grande variedade de tarefas, algumas de grande complexidade. São extremamente brincalhões, pois nenhum animal, exceto o homem, tem uma variedade tão grande de comportamentos que não estejam diretamente ligados às atividades biológicas básicas, como alimentação e reprodução. Possuem o extraordinário sentido de ecolocalização ou biossonar ou ainda orientação por ecos, que utilizam para nadar por entre obstáculos ou para caçar suas presas.
Alimentação
Os golfinhos são caçadores e alimentam-se principalmente de peixes e lulas, mas alguns preferem moluscos e camarões. Muitos deles caçam em grupo e procuram os grandes cardumes de peixes. Cada espécie de peixe tem um ciclo anual de movimentos, e os golfinhos acompanham esses cardumes e por vezes parecem saber onde interceptá-los, provavelmente conseguem estas informações pela excreções químicas dos peixes, presentes na urina e as fezes.
Ecolocalização
O golfinho possui o extraordinário sentido da ecolocalização, trata-se de um sistema acústico que lhe permite obter informações sobre outros animais e o ambiente, pois consegue produzir sons de alta frequência ou ultra-sônicos, na faixa de 150 kHz, sob a forma de cliques ou estalidos. Esses sons são gerados pelo ar inspirado e expirado através de um órgão existente no alto da cabeça, os sacos nasais ou aéreos. Os sons provavelmente são controlados, amplificados e enviados à frente através de uma ampola cheia de óleo situada na nuca ou testa, o Melão, que dirige as ondas sonoras em feixe à frente, para o ambiente aquático. Esse ambiente favorece muito esse sentido, pois o som se propaga na água cinco vezes mais rápido do que no ar. A frequência desses estalidos é mais alta que a dos sons usados para comunicações e é diferente para cada espécie.
Quando o som atinge um objeto ou presa, parte é refletida de volta na forma de eco e é captado por um grande órgão adiposo ou tecido especial no seu maxilar inferior ou mandíbula, sendo os sons transmitidos ao ouvido interno ou médio e daí para o cérebro. Grande parte do cérebro está envolvida no processamento e na interpretação dessas informações acústicas geradas pela ecolocalização.
Assim que o eco é recebido, o golfinho gera outro estalido. Quanto mais perto está do objeto que examina, mais rápido é o eco e com mais frequência os estalidos são emitidos. O lapso temporal entre os estalidos permite ao golfinho identificar a distância que o separa do objeto ou presa em movimento. Pela continuidade deste processo, o golfinho consegue segui-los, sendo capaz de o fazer num ambiente com ruídos, de assobiar e ecoar ao mesmo tempo e pode ecoar diferentes objetos simultaneamente.
A ecolocalização dos golfinhos, além de permitir saber a distancia do objeto e se o mesmo está em movimento ou não, permite saber a textura, a densidade e o tamanho do objeto ou presa. Esses fatores tornam a ecolocalização do golfinho muito superior a qualquer sonar eletrônico inventado pelo ser humano.A temperatura dele varia com a da água 28 a 30 °C.
Sono
Os golfinhos por serem mamíferos e apresentarem respiração pulmonar devem constantemente realizar a hematose a partir do oxigênio presente na atmosfera, tal fato obriga os golfinhos e muitos outros animais aquáticos dotados de respiração pulmonar a subirem constantemente à superfície. Uma das consequências desta condição é o sono baseado no princípio da alternação dos hemisférios cerebrais no qual somente um hemisfério cerebral torna-se inconsciente enquanto o outro hemisfério permanece consciente, capacitando a obtenção do oxigênio da superfície.
Gêneros e Espécies
Nota: Alguns membros da família dos golfinhos são designados popularmente como baleia ou boto; por outro lado, há golfinhos que não pertencem à família Delphinidae, como por exemplo o golfinho do Ganges.
Cephalorhynchus
- Golfinho-de-commerson, Cephalorhynchus commersonii
- Golfinho-chileno, Cephalorhynchus eutropia
- Golfinho-de-heaviside, Cephalorhynchus heavisidii
- Golfinho-de-hector, Cephalorhynchus hectori
Steno
- Golfinho-de-dentes-rugosos, Steno bredanensis
Sousa
- Golfinho-corcunda-do-atlântico, Sousa teuszii
- Golfinho-corcunda-do-índico, Sousa plumbea
- Golfinho-corcunda-indopacífico, Sousa chinensis
Sotalia
- Boto-cinza, Sotalia fluviatilis
Tursiops
- Gofinho-roaz, Tursiops truncatus
- Golfinho-flíper-comum, Tursiops aduncus
Stenella
- Golfinho-pintado-pantropical, Stenella attenuata
- Golfinho-pintado-do-atlântico, Stenella frontalis
- Golfinho-rotador, Stenella longirostris
- Golfinho-clímene, Stenella clymene
- Golfinho-listrado, Stenella coeruleoalba
Delphinus
- Delfim-comum, Delphinus delphis
- Golfinho-comum-de-bico-longo, Delphinus capensis
- Golfinho-comum-de-bico-muito-longo, Delphinus tropicalis
Orcinus
- Orca (Baleia assassina), Orcinus orca
Lagenorhynchus
- Golfinho-de-bico-branco, Lagenorhynchus albirostris
- Golfinho-de-laterais-brancas-do-Atlântico, Lagenorhynchus acutus
- Golfinho-de-laterais-brancas-do-Pacífico, Lagenorhynchus obliquidens
- Golfinho-do-crepúsculo, Lagenorhynchus obscurus
- Golfinho-de-peale, Lagenorhynchus australis
- Golfinho-ampulheta, Lagenorhynchus cruciger
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